Agronegócio

Preço do leite ainda sofre impacto da greve dos caminhoneiros

Levantamento do Conseleite aponta alta de 6,76% no Estado

Como resultado da redução de captação durante a greve dos caminheiros no final de maio, o preço do leite registrou alta de 6,76% no Rio Grande do Sul. Segundo dados dos primeiros dez dias de junho, divulgados pelo Conseleite na última quinta-feira (21), na sede da Farsul, em Porto Alegre, o valor de referência - para o produtor - projetado para o mês é de R$ 1,1781, acima do consolidado de maio, que ficou em R$ 1,1035. O aumento foi puxado diretamente pelo leite UHT, produto de maior expressão no mix gaúcho, que teve valorização de 14,71%.

O movimento foi acompanhado por diversos outros itens: requeijão (10,54%), queijo muçarela (8,74%), leite condensado (8,33%) e queijo prato (6,78%). A tendência é de que os valores se mantenham nesse novo patamar motivados pelo aumento de consumo típico dos meses de inverno e pela alta do dólar que impacta diretamente nos custos e ajuda a travar a importação de lácteos. Além disso, explica o vice-presidente do Conseleite e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, muitas vacas que estavam em fase de lactação foram “secas” propositadamente no período da greve, impactando no volume desta temporada de outono.

O professor da UPF Eduardo Finamore explica que houve queda expressiva na quantidade produzida pelas indústrias em função da greve, algo que não há como ser recuperado. Levantamento do Conseleite indica que as indústrias gaúchas comercializaram um volume equivalente a 108 milhões de litros em maio de 2018, 16,7% menos do que os 126 milhões de litros de leite de abril. “Não se pode considerar que a valorização dos produtos foi boa porque, ao mesmo tempo, houve redução de produção com a greve. O prejuízo foi diferente de empresa para empresa, mas a queda de quantidade trouxe impacto direto no lucro das indústrias”, pontuou Finamore. O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, acrescentou que a greve agravou a crise no campo. “Foi uma pá de cal em muitos produtores que já estavam com dificuldades por outros fatores como estradas precárias, falta de energia e de incentivo.”

Apesar da alta no valor do leite em junho, Guerra destacou que os valores acumulados ainda estão abaixo dos de 2017. Segundo levantamento semestral, dez dos 13 produtos estão com valores abaixo do praticado no mesmo período: leite UHT (-5,48%), pasteurizado (-5,87%), em pó (-7,73%), leite condensado (-12%), bebida láctea (-3,19%), queijo muçarela (-11,49%), queijo prato (5,03%), requeijão (-4,49%), nata (-2,36%) e outros queijos (-16,51%). Apenas iogurte (6,19%), doce de leite (0,94%) e queijo minas (1%) estão acima dos indexadores de 2017.

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